terça-feira, junho 19, 2007

Um professor de mestrado me dizia: sempre escreva o que vai falar. É um conselho que guardo até hoje. Sempre escrevo minhas aulas e palestras antes de ir lá para a frente. O texto não é seguido literamente, já que a linguagem falada é diferente da escrita, mas serve como base. Apresento abaix, então, o que escrevi para meu comentário no programa Café com Notícia:

Hoje vamos falar sobre um problema que me incomoda: a falta de consciência ambiental do amapaense. Vivemos região rica em recursos naturais e, talvez por isso, as pessoas acham que esse recursos são eternos.
Vou dar dois exemplos.
Morei algum tempo em Curitiba e um dia estava numa praça quando observei uma menina de uns seis anos chupando um picolé. Quando acabou, ela olhou para os lados e não achou lixeira próxima. A lixeira mais próxima era do outro lado da praça. Ela não pensou duas vezes: atravessou o caminho e foi depositar o lixo na lixeira.
Em outra situação, eu viajava de navio de Macapá para Belém. Uma menina da mesma idade da outra estava comendo biscoitos. Quando terminou, ela foi jogar fora a embalagem. Como havia uma enorme lixeira na frente, ela se esticou toda para jogar a embalagem no rio.
Uma embalagem de plástico leva 450 anos para se decompor. Enquanto isso aquela embalagem vai ficar lá, poluindo a água que bebemos. Logo a água, que será o bem mais precioso do futuro.
Provavelmente essa pouca preocupação com o lixo se deva a uma herança índia. Os índios não se preocupam com o lixo, jogando em qualquer lugar. Mas o lixo do índio é reciclado pela natureza. Vira adubo ou comida para animais. O nosso lixo não, ele só serve para sujar a natureza. Servem também para piorar a qualidade de vida, pois uma embalgem de plástico jogada no quintal vira foco de mosquito da dengue.
A prefeitura e o governo são importantes nesse processo, mas o mais importante é que as pesoas se conscientizem.
Na época da faculdade, eu e um grupo de amigos andávamos com um saco plástico dentro da mochila. Se produzíamos lixo e não havia nenhuma lixeira por perto, ele ia para o saquinho até encontrarmos uma lixeira. Custa fazer isso? Custa ter um lixeirinho dentro do carro? Pode ser mais fácil jogar o lixo pela janela, ou jogar no rio, mas se continuarmo a fazer isso, será o nosso fim.

1 comentário:

bonfimsalgado disse...

CARO IVAN CARLO,

A LEITURA DO TEU bLOGG ESTÁ UMA DELÍCIA. CONTINUA ASSIM. OLHA, DÁ UMA PASSADA NO MEU NOVO BLOGG (bonfimjornal.blogspot.com), ONDE FIZ ALGUNS COMENTÁRIOS Á TEU RESPEITO.
ABRAÇO CORDIAL DO
BONFIM SALGADO