quarta-feira, maio 31, 2006

Mãe do rio

Assisti o primeiro episódio da novela amapaense Mãe do rio. Claro que eu não esperava o padrão Globo (algumas cenas estavam bem escuras), mas que eu achava que teria estava ali: criatividade na direção e no roteiro, boas atuações e uma história que fala de nossas lendas e costumes. Muito bom, parabéns aos autores Gilvam Borges, Ângela Nunes e Joseli Dias e ao elenco. Aliás dia desses encontrei com a Ângela e ela me disse que fez a novela toda com um orçamento que é o equivalente ao que a Globo gasta com um único capítulo de suas novelas, o que mostra que a criatividade pode driblar a falta de recursos. Vale destaca a abertura, que mostra um balé entre o boto e uma moça com imagens de fundo relacionadas à Amazônia. Ficou realmente muito bonito. Parabéns à TV Tucuju.
Dois links: O blog do Diego Rato e o site InfanTV.

segunda-feira, maio 29, 2006

Morreu Alex Toth


Por Sérgio Codespoti (29/05/06)
Alex Toth, nascido em 1928, na cidade de Nova York, morreu sábado, 27 de maio de 2006, pela manhã, debruçado sobre sua prancheta.O desenhista completaria 78 anos no dia 25 de junho próximo.A notícia foi confirmada por Eric, filho mais velho de Toth, num fórum da Internet sobre o desenhista.
Numa mensagem curta em nome da família, ele informa e agradece aos fãs pelo carinho, e afirma que só há pouco tempo seu pai começou a compreender quantas pessoas seu trabalho havia tocado.Toth teve uma carreira rica e prolífica tanto nos quadrinhos como na animação.Seu primeiro emprego foi na Eastman Color, que publicava a revista Famous Funnies, na qual permaneceu até 1946, quando foi demitido.Trabalhou com Sheldon Meyer na DC, desenhando Dr. Mid-Nite, Eléktron e Lanterna Verde, tudo isto antes da década de 1950.Fez Casey Ruggles, uma tira de jornal, em parceria com Warren Tufts e a partir de 1952 passou a desenhar histórias policiais e de guerra para a Standard Comics.
Começou a ficar famoso desenhando histórias de personagens baseados em filmes, com Zorro, para a Western Publishing Company e Dell.Entre 1965 e 1968, voltou-se para a animação, tendo grande participação na criação de alguns dos maiores clássicos da Hanna-Barbera, como Space Ghost (1966), Herculoides (1967), Homem-Pássaro (1967), Mighty Thor (1967), Shazam (1967), Dino Boy (1967), entre outros clássicos.
Em 1973, foi para a Austrália trabalhar em outro desenho da Hanna-Barbera: Os Superamigos.Ainda na área de animação, também trabalhou em Jonny Quest , Quarteto Fantástico (1967) e mais recentemente na série Batman Animated.Na década de 1970 publicou diversas histórias pela editora Warren, em títulos de horror como Eerie e Creepy.
Toth é um dos criadores de Torpedo, junto com Sanchez Abuli, mas desenhou apenas duas histórias do personagem, pois discordava dos roteiros imorais criados pelo roteirista.É considerado por muitos como um dos maiores mestres dos quadrinhos, senhor do preto-e-branco antes de muitos outros artistas modernos que seguiram seus passos. Sua habilidade com o pincel era lendária e a sua arte permanece até hoje como um exemplo a ser seguido.
Fonte: Universo HQ

domingo, maio 28, 2006


Fomos assistir O código da Vinci. Sei que alguns vão me odiar por isso, mas o filme é melhor que o livro. Dan Brown não é um grande escritor, não tem um estilo depurado e mesmo na comparação com outros autores populares, como Stephen King, ele sai perdendo. King por exemplo sabe criar personagens cativantes, pessoas que a gente acredita existir, coisa que Brown nem arranha. Se Brown não é um escritor genial, Ron Howard é um ótimo diretor com pelo menos uma obra-prima no currículo, o ótimo Uma mente brilhante. Aliás, em Uma mente brilhante Howard mostrou que era o diretor ideal para O código. A forma gráfica como ele mostra a decifração das mensagens é uma sacada genial e economiza muita conversa. O que o livro tem de bom, os enigmas e a discussão sobre a divindade feminina, o filme preserva. Destaco as ótimas interpretações, especialmente a de Ian McKellen, que consegue nos fazer esquecer completamente o Magneto de X-men. Recomendo.

Arte é entropia


Aquelas pessoas que se interessam por arte devem ter ouvido falar do garoto de 21 anos que pregou uma peça no público e nos organizadores da 25ª Bienal de São Paulo. Cleiton Campos, estudante de jornalismo da Universidade Metodista de São Paulo, pintou um navio pirata em um quadro pequeno. No dia 31 de março, um mês após a abertura da Bienal, ele colocou uma bermuda folgada, enfiou o quadro no bolso e, com a ajuda da namorada, infiltrou o seu pequeno quadro entre as obras de arte que ali se encontravam.
O Navio Fantasma ficou exposto, no chão, ao lado de pinturas e fotos eslovenas e foi visto por, talvez, milhares de pessoas.Passaram-se dois meses e ninguém da coordenação da maior exposição de artes da América Latina percebeu o intruso.
Quando a Bienal acabou ele ainda estava lá, no chão, entre outros quadros.Embora o pequeno quadro tivesse sido feito com esmero, o objetivo de Cleiton não foi expor sua arte. Afinal, ele mesmo não leva muito a sério suas produções de final de semana: "Não tive pretensão artística; não sou artista. Estava indo visitar a exposição e tive a idéia de passar esse trote. Foi uma piada".
A brincadeira de Cleiton é, mais do que nunca, oportuna. Ela nos leva a refletir sobre o que é arte.
Alguns certamente criticarão meu tecnicismo, mas vejo a arte do ponto de vista da teoria da informação. Para essa teoria, há duas categorias básicas para se entender qualquer mensagem: a informação e a redundância.Informação é o que é novo, diferente, inusitado. Redundância é o que já conhecemos, aquilo que já foi dito e repetido e já faz parte de nosso repertório. A verdadeira arte é essencialmente informativa. Ela nos apresenta o novo, acrescenta algo a nosso repertório.Claro que nem tudo que é informativo é arte. Um jornal está repleto de informação, e nem por isso é arte, até porque seu objetivos são diferentes. A informação em arte é uma informação diferente, transformadora (quando falo de arte, não penso apenas em artes plásticas, mas também em cinema, quadrinhos, literatura, música...) que nos leva a refletir sobre o mundo em que vivemos ou até mesmo sobre nós mesmos.
É esse caráter informativo que faz com que alguns grandes artistas sejam rejeitados em sua época. Van Gogh que o diga. Há, aqui, um jogo de gato e rato entre o sistema e o artista.
Enquanto o artista busca o novo, o sistema quer a redundância. Toda proposta deixa de ser artística quando é assimilada pelo status quo. É por isso que os dadaístas faziam obras sem sentido: numa tentativa de impedir essa apropriação do sistema.Isso nos leva à conclusão de que a arte tem muito a ver com atitude. Quando os dadaístas colocaram um vaso sanitário em um museu, eles estavam fazendo verdadeira arte. Estavam rompendo com nossos conceitos estabelecidos, nos fazendo refletir não só sobre o mundo ou sobre nós mesmos, mas, principalmente, sobre o que é arte. Só é artístico o que está no Museu ou na Galeria? Um vaso sanitário torna-se uma obra de arte só por estar em um Museu?
Entretanto, quem, hoje, colocar um vaso sanitário numa galeria pode ser chamado de idiota.
Alguém já fez isso e isso já foi assimilado pelo sistema. É pura redundância.Fazer arte consiste em encontrar formas diferentes de fazer aquilo que outros fizeram.
Nesse sentido, Cleiton Campos foi o mais importante artista da Bienal. Seu pequeno quadro tinha a mesma importância das grandes obras das artes plásticas não pela qualidade estética, mas, principalmente, pela atitude.
Esse caráter informativo da arte foi bem definido por Caetano Veloso: "Onde queres o ato, eu sou o espírito; onde queres ternura, eu sou tesão; onde queres o livre, decassílabo". O artista não procura acomodar o receptor, mas ao contrário, frustrar suas expectativas (incluindo as expectativas dos críticos de arte).Os exemplos são muitos: Bob Dylan deixando de fazer canções políticas porque seu público estava acostumado a só ouvir canções desse tipo; Alan Moore escrevendo quadrinhos de super-heróis para frustrar o público que só esperava dele trabalhos intelectuais...
Também da teoria da informação tiramos outro conceito importante: o de entropia. Entropia é sinônimo de caos, destruição, degradação, mistura. Embora possa ser muito negativa, ela tem um aspecto importante: o de criação. Toda criação começa com um processo entrópico. Não é por outra razão que Chico Science dizia: "Eu me desorganizando vou me organizar". A obra de Cleiton é entropia para o sistema artístico, mas é também sinergia, pois apresenta a possibilidade de novo.
Está disponível mais um capítulo da série Os Anjos. Confira aqui.
Trecho da reportagem da Istoé:

"Enquanto o primeiro tiro não é disparado, os brasileiros sofrem insultos no lado boliviano. Representante de uma multinacional, Francisco Nobre Júnior foi expulso da loja Motorespuestos Santa Rosa, em Cobija, ao tentar comprar peças, no fim de semana. A reportagem acompanhou Francisco à loja e registrou os maus-tratos. “Patrício, fora!”, reagiu o comerciante boliviano, numa feroz ironia. Ele sabe que Francisco não é seu “patrício”. O brasileiro apenas lamentou. “Os bolivianos estão aderindo à onda de repulsa aos brasileiros que o Evo prega”, disse. Há ainda casos de extorsão de pretensas autoridades bolivianas. Em Montevidéu, os agentes públicos bolivianos cruzam o rio Abunã e cobram em território brasileiro, no Acre, dentro do município de Plácido de Castro, impostos de quem tem terras na Bolívia e colhe castanhas. A PF já identificou esse cobrador de impostos alienígena. É Willian Gutierrez Deramedis, fiscal boliviano que carrega o carimbo de guarda florestal de Montevidéu. Deramedis pouco se preocupa com a extorsão praticada. Quando apanha o dinheiro, passa recibos em português mesmo, preenchendo pequenos pedaços de papel não oficial. “Ele disse que ia mandar a polícia da Bolívia me prender, se eu não pagasse o imposto”, denuncia o agricultor Miguel Vieira de Paiva, que tem um pedaço de terra na Bolívia. A PF tenta identificar outro boliviano que vem extorquindo brasileiros, de nome Marcelo. O preço da extorsão é negociado. O imposto varia entre R$ 1 e R$ 1,10 por lata de castanha retirada."

Tensão na fronteira

Na iminência de serem expulsosda Bolívia, 15 mil brasileiros sofremperseguições e humilhações, masprometem resistir com armas àordem do populista Evo Morales. Leia mais

Como se já não houvesse razão suficiente para não votar em Lula, a forma como ele tem tratado o problema boliviano é uma vergonha. 15 mil agricultores brasileiros, muitos pobres, que não têm nada além da terra, estão sendo humilhados e ameaçados de expulsão... e o governo brasileiro não faz nada. Que tal ameçar expulsar todos os bolivianos que vivem no Brasil? Ao invés de líder da América Latina, Lula parece mais um capacho de Evo Morales de Hugo Chaves...
Recebi o seguinte comentário do Jorge Alex:
"Boa Noite Prof. Ivan Carlo. o Sr. não me conhece mas frequento seu blog sempre. Gostaria de saber se você pode por em seu blog informações sobre sua palestra de ontem, como por exemplo, a receptividade do publico, sua expectativa sobre a palestra e outras informações que achar necessarias. Gostaria de um dia poder conversar pessoalmente como o Sr. Tenho um grande respeito e uma grande admiração por sua pessoa. Abraços "

Oi Jorge! Fico muito feliz em ter um leitor assíduo como você. Imagino que você deva estar se referindo à minha palestra sobre psicopatas. Confesso que estava ansioso. Preparei um arquivo de Power Point de 100 slides e essa foi uma das razões pelas quais nas últimas semanas eu estava sem tempo. Deu bastante gente e muitos vieram conversar comigo depois da palestra, mas só na segunda-feira vou ter uma idéia do que a maioria dos alunos achou. Quanto ao material, fiquei com pena de desperdiçar uma pesquisa tão extensa e resolvi transformar a palestra em uma série de artigos, que publicarei aqui, a partir da próxima semana.

sábado, maio 27, 2006

A escola do jardim


No ano de 306 a.c. o filósofo grego Epicuro, então com 36 anos, abriu sua escola em Atenas. Epicuro comprara para tal uma casa com jardim e, ao invés de trancafiar-se em uma sala com os alunos, preferia ficar ao ar livre, conversando com eles.
Observadores da época diziam que não parecia um mestre rodeado de discipulos, mas sim um grupo de amigos que filosofavam juntos.
O objetivo da filosofia epicurista era descobrir como o homem podia ser mais feliz. Para Epicuro, a felicidade estava na busca do prazer. Mas prazer para ele era a ausência de sofrimento. Assim, só devemos procurar aqueles prazeres que não trazem nenhum sofrimento, nem para nós nem para os outros.
Além disso, buscar o prazer não significava ser dominado pelos desejos. Segundo Epicuro, devemos fruir o prazer de cada situação, sem nos preocuparmos com o que não temos. “Não deves corromper o bem presente com o desejo daquilo que não tens; antes deves considerar que aquilo que agora possuis se encontrava no número dos teus desejos”, dizia.
Para enriquecer um homem, não é necessário dar-lhe tesouros, mas diminuir-lhe os desejos. Quem se satisfaz com o que tem é um homem feliz.
Mas, para Epicuro só podemos apreciar o prazer através do amor e da paz de espírito.
Uma filosofia como a de Epicuro não poderia se disassociar-se de seu método de ensino. O próprio jardim era exemplo disso. Por que trancar-se em uma sala se era muito mais prazeroso dar aulas no jardim?
Na escola do Jardim as aulas não tinham hora para início ou fim. Epicuro podia ser visto a qualquer momento discutindo com seus alunos.
A amizade também era essencial. Epicuro era antes de mais nada um amigo de seus pupilos. Até os inimigos louvavam essa amizade fraternal que envolvia os epicuristas. Dizem que jamais houve brigas entre eles.
Embora dois milênios nos separem da escola do Jardim, ainda podemos aprender muito com ela.
Epicuro nos ensinou que não existe educação sem prazer. Se aprender algo não foi uma experiência prazerosa, o aluno logo esquecerá. O prazer da descoberta é sufocado por um grande número de professores e escolas, que tomam a educação como obrigação. Confesso que desde a época da faculdade fiz uma promessa para mim mesmo: jamais leria algo que não me desse prazer. Como professor, devo ler muito, mas sempre vejo nisso como uma oportunidade de prazer, não como uma obrigação. E, confesso, se um livro não está me dando prazer, vou procurar outro sobre o mesmo assunto.
Epicuro também nos ensina que a educação não deve se prender a quatro paredes, ou os 50 minutos de aula. O aprendizado pode se dar em qualquer hora, em qualquer situação. Há professores que simplesmente se negam a responder perguntas dos alunos fora da sala de aula, ou fora do horário. Esses são no máximo transmissores de conhecimento, mas nunca mestres. O verdadeiro mestre, o é 24 horas por dia, até porque muitas vezes o aluno aprende mais com uma pergunta no corredor, um bate-papo na hora do lanche, ou um texto indicado por um professor. Confesso que fico muito feliz quando um aluno diz que leu um texto meu na internet e afirma que aprendeu algo com ele.
Por fim, a amizade. Um bom professor precisa ter domínio do conteúdo, precisa dominar didática, gostar de dar aulas, mas também precisa gostar dos alunos.
Já ouvi professores dizerem que não suportam os alunos. Como ensinar algo a alguém que se odeia? Até porque o respeito é fruto muito mais da admiração, do afeto, do que da força. Todas as pessoas que tentaram impor o respeito pela força acabaram mal. Mussolini, por exemplo, foi linchado. Hitler teve de tomar veneno e deixar ordens para queimarem seu corpo para que não acontecesse o mesmo com ele. Por outro lado, pessoas como Gandhi são até hoje respeitadas justamente pelo amor que emanavam.
O professor que não é amigo dos alunos jamais desenvolverá neles a curiosidade intelectual e jamais será respeitado como mestre. Sem afetividade, a escola vira apenas uma fábrica de diplomas.

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quinta-feira, maio 25, 2006

O cartunista Spacca é o entrevistado de hoje (25.06) do programa Saca-rolha, na Rede 21 (canal 19 em Macapá). Já disse que sou fã do programa e Spacca é um cara que merece ser visto.
Aliás, falando em Saca-rolha, ontem a Mariana colocou o Tas numa saia justa. A entrevista era sobre Marketing e o entrevistado disse que Marketing trabalha com o desejo. Para exemplificar, o Marcelo Tas disse que era como Mariana, que por estar distante virava desejo, ao que ela respondeu: "O que é isso, Tas, até parece que você gosta da fruta!". E o entrevistado: "Tas, eu não sabia que você é gay!". Constrangimento geral, mas foi hilário.

Ação contra Diogo Mainardi

Rio Branco - AC Fonte: Página 20 Link: http://www.pagina20.com.br/

Parlamentares e advogados convocam hoje a sociedade para mover ação contra jornalista da GNT O escritório dos advogados Gumercindo Rodrigues e Odilardo José Brito, incluindo o gabinete da deputada federal Perpétua Almeida (PC do B) e vereadores, estarão amanhã no Memorial dos Autonomistas para incentivar uma ação coletiva por danos morais contra o jornalista da GNT Diogo Mainardi. A atividade terá início às 9 horas.

Há aproximadamente duas semanas Mainardi disse na imprensa nacional que o Acre não valia um cavalo, baseando-se em um comentário feito anteriormente pelo presidente da Bolívia Evo Morales. A afirmação do jornalista revoltou os parlamentares e demais camadas da sociedade acreana, que já haviam cobrado um posicionamento por parte do governo brasileiro em relação às declarações do gestor do país vizinho.

A idéia da ação criminal foi proposta inicialmente por Gumercindo e Odilardo, sendo aceita e reforçada pelos representantes políticos do Estado e município. A intenção do grupo é colher até duas mil assinaturas de pessoas que queiram participar e cobrar individualmente o pagamento de 20 salários mínimos do bolso de Mainardi. Leia mais

Comentário: Como eu faço para assinar? Ganhar 20 salários do Diogo Mainardi seria o máximo! Quem souber como é possível participar, mesmo não morando no Acre, por favor, avise.

quarta-feira, maio 24, 2006

Leia a verbete sobre Gaston Bachelard no Wikipédia escrito pelo amigo Alessandro de Melo.

Dalai Lama homenageia Tintim

Por Érico Assis24/5/2006

O líder religioso budista Dalai Lama apresentará o prêmio Light of Truth (“Luz da Verdade”) da International Campaign for Tibet, organização européia que luta pela independência do Tibete, hoje região anexada a China. O prêmio é entregue a personalidades e entidades que colaboraram com a causa. Este ano os homenageados são o bispo sul-africano Desmond Tutu e a Fundação Hergé, organização belga fundada em memória do criador de Tintim. Leia mais

terça-feira, maio 23, 2006

Psicopatas

Psicopatas sociais na história. Esse é o tema do mini-curso que o professor Ivan Carlo irá ministrar durante a X Semana de Estudos Jurídicos. O evento acontece no CEAP, no dia 26 de maio, às 17:30 h.
O curso pretende desmistificar a idéia que se tem dos psicopatas. "A maioria das pessoas acha que o psicopata é alguém descabelado, louco, facilmente reconhecível. Na verdade, os psicopatas costumam ser pessoas acima de qualquer suspeita. Eles cometem seus crimes e ficam impunes por muitos e muitos anos porque a sociedade simplesmente acha que não pode ser eles", diz o professor.
Além dos psicopatas assassinos, o curso irá abordar também os psicopatas comunitários, que vivem de enganar e dar golpes. "As semelhanças entre os dois tipos é impressionante", revela Ivan Carlo. "Tanto os assassinos quanto os comunitários são mentirosos compulsivos e pessoas muito simpáticas. Minha teoria é de que a diferença entre um e outro é que o serial killer teve oportunidade de matar e gostou da experiência. Depois disso, ele não consegue mais parar".
A inscrição na X Semana de Estudos Jurídicos custa 10 reais dá direito a certificado, que pode ser usado como atividade complementar em cursos de graduação. Maiores informações na coordenação do curso de Direito do CEAP, telefone 3261 2133.

segunda-feira, maio 22, 2006


Por indicação de um aluno, assisti Cão de Briga, com Jet Li e Morgan Freeman. Apesar de ter Morgan Freeman nos créditos (provavelmente meu ator predileto), eu dificilmente assistiria a esse filme, não fosse a indicação. A imagem que eu tinha é de que se tratava de mais um filme de porrada, totalmente descerebrado.
Cão de briga é um ótimo filme de ação, com cenas muito bem dirigidas e lutas coreografadas de tirar o fôlego, mas o que realmente diferencia esse filme dos outros é o roteiro do cineasta Luc Besson, do ótimo O profissional.
Cão de Briga conta a história de Danny (Jet Li), um rapaz criado como cachorro desde criança por um mafioso, que o usa para bater nos comerciantes que se recusam a pagar-lhe proteção. O rapaz usa uma coleira que o impede de atacar, mas basta tirar a coleira para que ele se torne uma máquina de destruição. Tratado como cachorro, ele vive preso, sem saber ler e quase sem contato social. (Emblemática a cena em que uma dessas pessoas que pagam proteção decide impedir que ele tire a coleira de Danny. O rapaz apenas observa o seu "dono" ser surrado, incapaz de tomar uma decisão)
É então que ele conhece um pianista cego (Morgan Freeman), que o levará a resgatar sua humanidade.
Pode não parecer, mas é um belíssimo filme sobre educação. Podemos educar para a submissão e para o controle social, ou podemos educar para a liberdade, para a cidadania.
Morgan Freeman lembra Paulo Freire e Edgar Morin ao mostrar que as pessoas não estão presas a condicionamentos sociais e podem ser responsáveis por suas próprias vidas.
Recomendo.
Conheça o blog do Universo HQ.

Links sobre Orwell

Um texto no site de história do Voltaire:

http://educaterra.terra.com.br/voltaire/politica/bigbrother.htm

Um site todo em homenagem à obra de Orwell, o Duplipensar:

http://www.duplipensar.net/george-orwell/index.html

George Orwell


Até os 30 anos, George Orwell sempre levou consigo a convicção de que nunca seria alguém na vida. Até essa idade, havia sido soldado, mendigo, cozinheiro e professor primário. Quando começou a escrever, seus livros não faziam sucesso – o que o levou a profetizar que nenhum best-seller sairia de sua pena. Viveu na penúria a maior parte da vida. Seu primeiro livro de sucesso, Revolução dos Bichos, foi publicado dois anos antes de sua morte. E sua obra-prima, 1984, só foi publicado depois de sua morte. Contrariando a profecia do próprio autor, os livros de Orwell se tornaram sucessos mundiais e obras como 1984 deram nos deram uma aterradora antecipação do que seria o mundo se as ideologias totalitárias, como o nazismo e stalinismo tivessem prevalecido.
Eric Arthur Blair (nome verdadeiro de Orwell) nasceu em 25 de junho de 1903, em Bengala, na Índia. Voltando para a Inglaterra, estudou em colégios tão famosos quanto ineficientes, tais como Eton, onde sofria todo tipo de humilhação dos colegas ricos. A infância deixou nele um complexo de feiúra de fracasso que marcou toda a sua vida.
Depois do colégio, Orwell alistou-se na Polícia Imperial Indiana. Na Birmânia, para onde foi chamado, ele conheceu o sentimento de culpa que acompanhava os ingleses. Teve, também, duas experiências que o transformariam profundamente.
Na primeira delas, Orwell estava no mercado quando um elefante se perdeu do domador. Desesperado, acabou matando duas pessoas. O animal estava calmo quando o escritor o encontrou. Mas a população não, e exigia a morte do animal. Ele foi obrigado a sacrificar o animal, embora não quisesse fazer isso.
Essa foi sua primeira descoberta: o opressor era também oprimido. Os algozes também perdem sua liberdade.
O segundo insight ocorreu durante a execução de um homem. Enquanto caminhava na direção da forca, o prisioneiro birmanês fez um único gesto, que abalou as convicções de Orwell: “Quando vi o prisioneiro ir para o lado a fim de evitar a poça d`água, entendi o mistério, o erro indizível de acabar com uma vida humana em plena força”.
Orwell abandonou a polícia cinco anos depois de Ter entrado nela. Ele voltou para a Inglaterra, a fim de despencar no abismo, viver na pele o sofrimento dos oprimidos e explorados.
Decidido, vestiu-se de mendigo e passou três anos como um.
Seu primeiro livro publicado foi justamente um relato romanceado desse período de mendicância: Down and Out in Paris and London. Foi quando usou pela primeira vez o pseudônimo de George Orwell.
Nesse meio tempo ele trabalhou como professor primário. Seu terceiro livro fala justamente do assunto. A Filha do Reverendo é a história de uma garota oprimida pelo pai, que perde a memória e acaba vagando por Londres como uma mendiga e depois torna-se professora.
É nesse livro que Orwell mostra que pode até não ser o melhor escritor do século, mas certamente é o seu melhor descritor. Suas descrições são verdadeiras obras-primas.
Orweel ainda publicou outros livros, como Dias na Birmânia e Keep the Aspidistra Flying (publicado na Brasil com o título absurdo de Depois de 1984), mas os seus livros dessa fase que mais se destacam são duas reportagens: Lutando na Espanha e A Caminho de Wigan.
A Caminho de Wigan fala sobre os trabalhadores das minas de carvão do sul da Inglaterra.
Lúcio Flávio Pinto, um dos melhores jornalistas de Belém considera esse livro a melhor reportagem já escrita.
Orwell já começa demoronando as regras do jornalista: o início é a descrição do hotel em que ele ficara hospedado durante a coleta de informações. Ele gasta todo o primeiro capítulo nisso e é aí que ele revela que não sabe apenas descrever belezas. A dor, a feiúra e o nojo também são objetos de sua incansável pena.
Ao invés de ficar no escritório tomando declarações de pessoas “autorizadas”, ou coletando estatísticas, ele se arrasta pelos túneis das minas de carvão, come a comia insosa dos carvoeiros, dorme na cama cheia de pulgas...
Lutando na Guerra Civil é um relato da experiência de Orwell na guerra civil espanhola. Ele lutou ao lado dos anarquistas e trotkistas. Isso levou muitos de seus biógrafos a considerarem-no anarquista. Embora nunca tenha se declarado como tal, poucas pessoas neste século lutaram tão ferrenhamente contra o autoritarismo...
É na Espanha que Orwell começa a Ter contato com o lado negro do socialismo. Em pleno combate contra os fascistas de Franco, os stalinistas se voltaram contra os exércitos revolucionários. Orwell foi atingido por uma bala e teve de escapar secretamente do país em decorrência da perseguição stalinista. Essa experiência iria ser marcante para a formação de 1984, seu principal livro.
A idéia para Revolução dos Bichos veio quando o autor viu um rapazinho chicoteando um cavalo. Fazendo correspondência entre a dominação entre as classe e a que ocorre entre os animais, Orwell criou a mais famosa fábula política da atualidade.
Apesar da idéia original e do texto conciso, em que cada palavra parece Ter sido escolhida para causar o máximo de impacto, os originais foram recusados sistematicamente pelos editores. Um deles alegou que livros sobre animais não vendiam (Sic). Eles devem Ter arrancado os cabelos quando Revolução dos Bichos se tornou um best-seller. Orwell nem teve tempo de comemorar: sua mulher morreu cinco meses antes do lançamento.
1984 foi escrito em uma cama de hospital, em 1948. O autor sofria de uma tuberculose pulmonar que o mataria um ano depois. Foi o primeiro romance ciber-punk de que se tem notícia. Nele, o globo é dominado por três grandes potências que controlam não só os indivíduos, mas também seus pensamentos e desejos.
A visão política desenvolvida por Orwell nesse último livro é ímpar. O sexo, por exemplo, é sublinhado por marchas, minutos de ódio e outras atividades controladas pelo Estado. Orwell chega a dizer claramente que a união dos corpos nus, a explosão do desejo sexual puro, é um ato político, de rebeldia.
Lembrar também é um ato político. Winston, o personagem principal, passa a história inteira tentando recuperar os fragmentos de uma canção esquecida. Tudo que é passado lhe interessa porque, como diz o lema do Partido, quem controla o passado, controla o presente e quem controla o presente, controla o futuro.
Todo fã de quadrinhos se lembrará inevitavelmente da minissérie V de Vingança, de Alan Moore. Nela, o personagem principal anda pela cidade recolhendo lembranças de um filme esquecido: Dunas de Sal.
Em 1984 o Estado pretende dominar totalmente a vida do cidadão. Cada pessoa tem em casa uma televisão que ao mesmo tempo é um transmissor. Ela jamais pode ser desligada. A todo momento a pessoa está sendo observada e ouvida. Não há qualquer tipo de privacidade.
A Dominação se estende até mesmo à língua. No livro, o inglês começa a ser substituído por algo chamado novilíngua. A idéia é reduzir ao máximo a variedade de palavras. A utilização de uma linguagem totalmente objetiva tornaria impossível qualquer pensamento subversivo.
Pode parecer loucura, mas os próprios linguistas admitem que, embora a situação não possa ser levada ao pé da letra, ela serve como alegoria da carga ideológica que as palavras carregam.
A teoria política de Orwell também é muito interesante.
Para ele, a história, mais que uma luta de classes, é a luta da classe média para alcançar o poder. Como sozinha ela não tem força para derrubar o sistema, ela faz com que os princípios da revolução pareçam abrangentes, atraindo a simpatia dos pobres.
Conseguido o poder, o povo é recolocado em seu lugar e passa a existir somente duas classes: exploradores e explorados. Com o tempo irá surgir entre esses últimos uma nova classe média que fará uma nova revolução. Daí a crença de que a revolução só pode vir do povo. Como diz Orwell, eles são o futuro. Nós somos os mortos.
Mais de 50 anos depois de ser escrito, 1984 continua sendo um livro fundamental. Em pesquisa feita pela Folha de São Paulo, ele ficou entre os 50 livros mais importantes do século. Para aqueles que o acham um livro pessimista, é importante conhecer um pouco da história de vida de Orwell. Uma análise detalhada demonstra que Orwell não pretendia ser profeta. Ela pretendia, isso sim, avisar sobre como se tornaria o mundo se nós abdicássemos de nossa liberdade e privacidade. O mundo será como em 1984 quando as pessoas deixarem de lutar contra o autoritarismo. Se todas as pessoas se acomodarem, é isso que acontecerá. Essa é a lição do livro.

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quinta-feira, maio 18, 2006

Nemo Nox Facts

O Cocadaboa fez uma versão dos fatos sobre o amigo e blogueiro Nemo Nox. Alguns dos mais engraçados:

- Nemo Nox teve seu visto para os EUA cancelado porque o país é pequeno demais para ele e Chuck Norris.
- A Wikipedia não tem um verbete sobre Nemo Nox. Nemo Nox é que tem um verbete sobre a Wikipedia.
- O QI de Nemo Nox é tão grande que, apesar do fato dele ter um blog, a MENSA deixou ele ser um de seus membros. Leia mais
Este texto eu escrevi originalmente em 1988, na época em que eu estava no cursinho, preparando-me para o vestibular e reflete a paranóia que dominava todos nós que concorríamos a uma vaga. Acabei perdendo o texto original e o reescrevi em 1989 ou 1990. Assim, o texto que publico abaixo é resultado dessa reformulação.

RELATÓRIO SOBRE OS ACONTECIMENTOS DA PROVA DE VESTIBULAR DE 1988

Foi no meio da prova: o rapaz pegou o relógio e ficou alguns minutos olhando-o. Em seguida, tirou-o do braço e começou a batê-lo contra a carteira. Depois disso, fez uma expressão significativa: o relógio estava parado.
Algumas pessoas perceberam o caso e começaram a olhar. Por fim toda a sala tinha a atenção voltada para o acontecimento. Fiz menção de fazê-lo parar, mas ele, percebendo a situação, parou de bater no relógio.
A prova continuou normalmente e até me esqueci dele. Quando olhei novamente, levei um susto: ele estava desmontando o relógio!
Eu e o outro fiscal não sabíamos o que fazer. Não havia nenhuma instrução quanto a isso no manual.
Então aconteceu: uma mola do relógio escapou de suas mãos e ele se levantou para pegá-la, no que derrubou a carteira... tentando reaver o relógio, que caíra junto com a carteira, ele pulou sobre outro candidato, que meteu-lhe um soco na cara. O impulso do soco lançou-o sobre outra carteira, que caiu, derrubando mais três e ocasionando uma confusão sem limites.
Tentei intervir, mas fui nocauteado.
O rapaz, obcecado pelo relógio, pegou-o e saiu da sala, perseguido por uma verdadeira multidão. Entrando em outra sala, ele tentou fugir pulando sobre as carteiras...
Ao que parece a invasão não foi muito bem interpretada e os candidatos daquela sala resolveram reagir dando socos e pontapés nos que chegavam.
Aí, bem aí foi o inferno...

Os Filhos de Anansi, de Neil Gaiman, em pré-venda

Por Marcelo Naranjo, sobre o press release (18/05/06)

Os Filhos de Anansi é a continuação de Neil Gaiman para sua saga a respeito dos deuses modernos. Anansi, que fez uma breve aparição como o sr. Nancy em Deuses Americanos (Conrad, 2002) revela-se em toda sua essência: o deus trapaceiro, amante de brincadeiras e da boa vida. Leia mais

terça-feira, maio 16, 2006

A história da presença judaica em Recife transformada em quadrinhos


Por Marcelo Naranjo, sobre o press release
Baseado numa série de estudos iconográficos do Recife, capital do estado de Pernambuco, dos anos que se seguiram a partir de 1900, a equipe do Arquivo Histórico Judaico de Pernambuco (AHJPE), está recriando os cenários de diversos lugares que marcaram a história da cidade, e da presença judaica no Estado, para ilustrar o álbum em quadrinhos Passos Perdidos, História Desenhada: A Presença Judaica em Pernambuco no Século XX.
O Super-homem do Brian Singer parece ser uma das melhores apostas do ano (e provavelmente não vai chegar em Macapá, assim como aconteceu com V de Vingança). Mas, para consolar, clique aqui e confira, no site Omelete, os cartazes.

domingo, maio 14, 2006

Dia das mães

Por alguma razão o blogger deletou o texto que eu havia escrito sobre o dia das mães. Assim, coloco aqui só a música que eu citava no final do texto:

FORÇA ESTRANHA ( Caetano Veloso )


Eu vi o menino correndo eu vi o tempo
Brincando ao redor do caminho daquele menino
Eu pus os meus pés no riacho
E acho que nunca os tirei
E o sol ainda brilha na estrada que eu nunca passei

Eu vi a mulher preparando outra pessoa
O tempo parou para eu olhar para aquela barriga
A vida é amiga da arte
É a parte que o sol me ensinou
O sol que atravessa essa estrada que nunca passou

Por isso uma força me leva a cantar
Por isso essa força estranha ( no ar )
Por isso é que eu canto não posso parar
Por isso essa voz tamanha

Eu vi muitos cabelos brancos na fronte do artista
O tempo não pára e no entanto ele nunca envelhece
Aquele que conhece o jogo
Do fogo das coisas que são
É o sol é a estrada é o tempo é o pé e é o chão

Eu vi muitos homens brigando ouvi seus gritos
Estive no fundo de cada vontade encoberta
E a coisa mais certa de todas as coisas
Não vale um caminho sob o sol
E o sol sobre a estrada é o sol sobre a estrada é o sol
Estarei na X SEMANA DE ESTUDOS JURÍDICOS do CEAP ministrando uma palestra sobre psicopatas, dia 26 de maio, às 17:30 (falta confirmar local). Já faz tempo que pesquiso o assunto, desde que fui vítima de um psicopata comunitário. Mas agora estou coletando mais material e me deparei com as informações sobre Francisco das Chagas, considerado o maior serial killer brasileiro. Ele matou e tirou o pênis de 41 garotos (houve mais três, que foram castrados, mas sobreviveram) em cidades do Pará e do Maranhão. Eu estava no Maranhã no mês antes dele ser preso e na época havia uma pressão muito popular para que a polícia investigasse o caso de um garoto que havia desaparecido. Eu acompanhei as notícias pela TV e pelos jornais e, como a família era muito humilde, quem sempre falava por ela era um amigo. Furioso com a incompetênciad a polícia, ele exígia mais empenho nas investigações. Sabem quem era esse amigo? Justamente o Francisco das Chagas, o assassino. Para maiores informações sobre o caso, clique aqui.

No meio da estrada

Havia algo estranho. Todos dentro do ônibus podiam sentir isso. Eles haviam saído de Belém no final da noite, em direção a São Luiz. A estrada era perigosa, todos sabiam disso. Havia perigo de acidentes, assaltos... mas não era tudo. Havia algo de sobrenatural e temeroso no ar. Como se algo estivesse para acontecer...
Uma criança começou a chorar. A mãe colocou a cabeça da menina no peito e afagou-lhe os cabelos, tentando confortá-la.
Lá na frente, perto do motorista, uma velhinha rezava, segurando um terço.
O motorista suava e, de quando em quando, levava a mão à cabeça, como se houvesse algo ali que o incomodasse.
Súbito apareceu algo no meio da estrada. Parecia um carro policial. Dois homens sinalizavam para que o ônibus parasse.
O motorista se lembrou que era comum os assaltantes se disfarçarem de policiais... isso quando não eram os próprios policiais que praticavam os assaltos.
- Não pare para eles! – gritou um homem, entre lágrimas. São ladrões!
- Vão matar todos nós. – choramingou uma mulher.
Apesar dos protestos, o motorista parou. Os dois homens entraram, armas na mão.
- Todos parados! – berrou um deles.
Havia algo de estranho nos dois... como se fizessem parte de outra realidade. Seus corpos pareciam intangíveis.
- São fantasmas, mamãe. São fantasmas! – gemeu a garotinha. Ele vieram para nos levar...
- Os homens devem se levantar e colocar as mãos para cima.- ordenou o policial.
Os homens, resignados, levantaram-se e deixaram-se revistar. Depois foi pedido que abrissem as sacolas. Os dois olharam tudo, depois saíram.
- Boa viagem! – disse um deles ao motorista, mas ele não respondeu.
Na verdade, o motorista nem mesmo pareceu prestar atenção neles. Ele simplesmente fechou a porta, sinalizou e saiu.
Os dois ficaram lá, parados no meio do mato, observando o veículo se afastar. Um deles encostou no carro e acendeu um cigarro.
- Sabe, eu não entendo porque temos de ficar aqui, no meio desta estrada esquecida por Deus revistando ônibus...
- Você não soube... do ônibus que foi assaltado?
- Não, eu estava de férias...
- Era um ônibus como este... – e apontou com o queixo o veículo que já sumia no horizonte. Eles pararam no meio do caminho para pegar um passageiro. Era um assaltante. Ele tentou parar o carro, mas o motorista se negou. Foi morto com um tiro na cabeça. O ônibus bateu, então, em um caminhão. Todo mundo morreu.
- Sabe, agora que você falou, estou me lembrando de uma coisa estranha... o cabelo daquele motorista parecia manchado de sangue...
- Você... você anotou a placa? – gaguejou o policial.
- Claro. Está aqui. É OB 1326.
O outro ficou lívido.
- Era... era o ônibus do acidente!

Por que o livro é tão caro?

Pense rápido: nessa época da "arte e reprodutibilidade técnica" - como diria Walter Benjamin - qual produto cultural se manteve praticamente imune aos flagelos da pirataria?

Com certeza não foi o produto da indústria fonográfica - o disco.

E com certeza não foi o produto da indústria cinematográfica - os filme.

Muito menos é o produto da indústria de games eletrônicos - ainda que se pese o fato de ser discutível se os games são cultura ou não - mas com certeza são entretenimento (bom ou mau).

Em qualquer lugar do mundo é possível encontrar camelôs vendendo cd´s, cd-rom´s e dvd´s a um preço cada vez menor, além do que as próprias músicas e filmes podem ser baixados facilmente pela internet em diversos formatos de arquivos. Se isto é um mal que corta milhares de empregos e provoca falências e alimenta o poder do crime organizado ou se é um bem que traz em seu bojo a possibilidade de todos terem acesso barato à cultura e entretenimento, não é mérito deste texto discutir. O ponto de discussão aqui é o seguinte: se o único produto cultural que escapou da crise que ocorre em outras mídias foi o livro, por que ele é tão caro?

Esta questão da pirataria é por que as indústrias fonográficas e cinematográficas dizem que seus produtos são caros devido ao fato de terem de repassar o prejuízo gerado pela pirataria (tal argumento foi satirizado de maneira muito engraçada num número da revista Mad, onde um destes empresários lamenta que, graças à pirataria, ele teve que aumentar o preço de discos de artistas muito "criativos" como É o Tchan e Bonde do Tigrão, e diminuir o seu suprimento de drogas de consumo pessoal em 20 por cento...). Com exceção de algumas localidades da Ásia, onde ocorrem realmente edições piratas dos livros convencionais, as editoras do mundo inteiro passaram longe de toda essa problemática moderna. De fato, não vemos camelôs vendendo livros impressos pirateados. Não há nada parecido que ameace as editoras, e muito menos as editoras nacionais - toda a gritaria e choradeira dos editores nacionais contra as cópia do tipo "xerox" não têm razão nenhuma de ser, na medida mesma em que geralmente quem recorre a esse recurso são estudantes que fazem cópias para si próprios com intuito de estudar e não para sair vendendo por aí, pois o próprio custo do xerox tornaria tal operação proibitiva em larga escala - além do que seria operacionalmente absurdo um camelô tentar vender cópias em xerox de livros, pois o próprio peso destas apostilas dificultaria sua fuga da fiscalização, dentre outras coisas (e também apostilas xerox não seriam algo de apelo popular de venda, certamente). E nenhum estudante recorre a xerocar livros por querer; pois ao contrário das cópias dos discos e filmes que são muitas vezes idênticas em qualidade dos discos e filmes originais, uma apostila xerocopiada de livro é em geral muito ruim. O estudante parte para esta solução principalmente devido ao preço do livro comprado "zero quilômetro" nas livrarias. Livros de cem, duzentos, trezentos reais.

Reitera-se então a pergunta: estando o mercado editorial nacional incólume ao tipo de pirataria verificado em outras mídias, então por que o livro no Brasil é tão caro? O que justifica preços tão estorsivos? Por que um trabalho de domínio público como a Metafísica de Aristóteles sai por cerca de quatrocentos e quinze reais?? Isto de ser caro se deve pelos impostos e pelas matérias-primas (celulose e etc)? então por que os editores nunca se reuniram para pressionar vigorosamente o governo para abaixar os impostos dessa área considerada estratégica por qualquer país decente? Um livro de, digamos 50 reais... qual o impacto deste valor para o salário médio do trabalhador brasileiro? Com certeza é muito elevado - é bem verdade que os editores não têm culpa do brasileiro ganhar mal, mas támbém os brasileiros não têm culpa dos livros serem caros. Pode-se alegar que o brasileiro poderia ir numa biblioteca pública, mas é fato que as bibliotecas não fazem milagres, elas não têm todos os livros, apesar de em geral possuírem livros bons e necessários. Restam ainda os chamados sebos, mas estes passam por uma transformação no mínimo peculiar. Antigamente o sebo era o lugar onde se comprava livros usados a preços camaradas. Agora, talvez percebendo - como as editoras e livrarias "oficiais" - que o livro é um excelente negócio, os donos de sebos acham que seus produtos empoeirados não são livros "sebosos"; são antes "raridades", que eles vendem sem absolutamente nenhuma diferença de preço dos livros encontrados nas livrarias de shopping center. E muito pelo contrário! O autor deste artigo passou pela experiência de ir num sebo atrás de um livro que, comprado novo, custa cerca de trinta reais; mas lá no bendito sebo, o mesmíssimo livro, da mesmíssima edição, estava por cerca de NOVENTA REAIS!...

A história nos mostra que o sistema capitalista só reage em benefício das pessoas quando ameaçado de morte. Foi assim no final do século XIX na Europa, quando os novos movimentos sociais como o comunismo e o anarquismo ameaçavam tocar fogo em todo mundo conhecido que os senhores capitalistas resolveram diminuir as horas diárias de trabalho dos assalariados para algo um pouco abaixo das QUATORZE HORAS DIÁRIAS (tal drama pode ser conferido no livro "Germinal" do francê Émile Zollá). Com certeza este absurdo das editoras nacionais só poderia ser combatido se as mesmas fossem ameaçadas. E a maior ameaça ao produto delas, que é o livro convencional, seria a cópia deste compartilhado livremente pela internet. Seria o livro eletrônico.

Vejamos um pouco sobre as qualidades dos livros eletrônicos:
- O livro eletrônico evita o corte de árvores, já que ele dispensa o uso do papel;
- O livro eletrônico não ocupa espaço físico, podendo bibliotecas inteiras serem armazenadas num computador de mão do tipo "Palm" ou "Pocket Pc" e serem transportadas e acessadas quando a pessoa quiser;
- A maioria dos livros de domínio público estão em bibliotecas virtuais para o acesso gratuito do leitor (bibliotecas virtuais costumam ser sites em que esses livros são disponibilizados em formatos de arquivos eletrônicos, como o .PDF). Mas não só obras de domínio público – e aqui entra uma grande e poderosa vantagem do livro eletrônico – mas também de autores iniciantes são disponibilizadas em várias bibliotecas virtuais. O livro eletrônico contribui decisivamente para que o público tenha acesso a obras literárias que costumam ser ignoradas pelas editoras convencionais.
O conceito de livro eletrônico apareceu ao grande público mais ou menos no mesmo período em que o formato de música .mp3, no final do século vinte. Infelizmente, porém, o chamado "e-book" nunca atingiu a popularidade do mp3. O e-book nunca ameaçou o mercado editorial de livros de papel como o mp3 fez com a indústria fonográfica. Todo mundo baixa mp3, mas quase ninguém lê e-book. Fatores para isso é o que não faltam, entre eles a necessidade psicológica do leitor de segurar um livro de papel para considerá-lo como tal e também o fato da melhor maneira de se ler um livro eletrônico confortavelmente é através de dispositivos portáteis como computadores de mão, que ainda são muito caros. Mas aos poucos esses aparelhos estão barateando, e logo ficarão tão baratos quanto um walkman. Quando isso acontecer, o binômio computador de mão/livro eletrônico será um dos principais instrumentos de leitura de textos do futuro próximo, em que veremos estudantes lendo atentamente em seus palms alguns dos livros que irão cair no vestibular, e enquanto lêem, ouvem através de fones algumas músicas armazenadas no mesmo computador de mão. Mídias diferentes coexistindo pacificamente.

Mas é bom salientar que mesmo dispositivos como o palm são apenas paliativos, pois suas telas são muito pequenas para serem usadas para leitura de livros eletrônicos. O ideal é um dispositivo um pouco maior chamado "ebook reader device". A tela dessa categoria de aparelho é em do tamanho de uma página de livro, o que resulta numa leitura muito mais confortável, além do que eles possuem diversos recursos específicos voltados para o livro eletrônico, como por exemplo marcador de página, tradutor, dicionário, etc. Um exemplo de ebook reader device pode ser conferido neste link: http://www.ebookwise.com/ . Mas a venda deste modelo se limita ao mercado norte-americano e canadense.

Não há absolutamente nenhum dispositivo destes à venda no Brasil. E, a julgar pelas editoras, eles nunca estarão à venda. Certamente os editores têm calafrios quando ouvem falar de camelôs vendendo cd´s de livros eletrônicos dos seus queridos autores na praça da República em São Paulo. Eles preferem virar a cara no travesseiro e dormir o sono dos justos, sonhando talvez com lucros que, trocadilho à parte, não estão escritos.

escrito por
Josiel Vieira de Araújo
em 13 de maio de 2006

sexta-feira, maio 12, 2006

Lusíadas 2500: a obra de Camões em quadrinhos brasileiros

Por Sidney Gusman (12/05/06)
O nome do pernambucano Lailson de Holanda Cavalcanti está ligado ao desenho de humor brasileiro. Chargista veterano, ganhador de salões e autor do divertido Pindorama - A outra história do Brasil , ele sempre teve como característica um traço cômico. Leia mais
Amanhã será a nossa assembléia e o pessoal está de vento em popa. Esperamos que a assembléia seja uma oportunidade de reativar um sindicato que muitos professores nem sabiam que existia. Agradeço a todos que nos ajudaram divulgando (na net, o Correa Neto, o Chico do Amapá Busca e a Alcilene Cavalcante). Para quem trabalha em algum veículo de comunicação e pode dar pelo menos uma nota, aí vai o lide do release (veja release mais completo abaixo):

Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Superior Privado do Amapá realiza assembléia

O SINTESP (Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Superior Privado do Amapá) realiza no próximo dia 13, sábado, assembléia geral com seus filiados. O encontro acontece no Auditório da FECOMÉRCIO, na rua Eliézer Lévy, número1122, às 14h.

quinta-feira, maio 11, 2006

Fatos sobre Silvio Santos

Depois de me mandar os "Chuck Norris Facts", o Alex Genaro me brindou com o excelente "Silvio Santos Facts". Leia:

Silvio Santos inventou o Natal pois não sabia que nome dar para a TeleSena de Dezembro.
Silvio Santos joga banco imobiliário com dinheiro de verdade.
Jesus transforma água em vinho. Silvio Santos transforma qualquer porcaria em dinheiro.
Na sua ultima tentativa de dar uma esmola, Silvio Santos soterrou um sem teto com 3 toneladas de moedas de 5 e 10 centavos.
Silvio Santos é o ser humano vivo que mais possui empresas no planeta. As iniciais SA que figuram depois dos nomes das maiores empresas do mundo significam, na verdade, Senhor Abravanel.
Certa vez o coração de Silvio Santos ficou parado por 5 minutos, ele retornou dono de 80% do além.
Silvio Santos pessoalmente descobriu a cura da Aids. Em 2015 ele pretende revelar esse segredo como prêmio do Raspe Aqui da Telesena de Ano Novo.
Em 1929, Silvio Santos jogava Banco Imobiliário e exclamou "estou falido!". O malentendido causou a quebra da bolsa de Nova York, o infarte de 67 mil economistas e o mercado financeiro levou anos para se recuperar.
Antes da invenção da moeda o sal era usado como item para troca de valores. Silvio Santos na verdade inventou a moeda porque o tamanho de sua montanha de sal estava se tornando excessivo. A montanha está de pé até hoje e atualmente é conhecida como Everest.
Murphy joga poquer com Silvio Santos 2 vezes por mês e por mais que tente, ele nunca consegue fazer sua lei funcionar com Silvio Santos.
70% do peso de uma pessoa comum é água. 70% do peso de Silvio Santos são notas de R$50,00 e R$100,00.
Esses fatos na verdade não sao aleatórios, Silvio Santos determina pessoalmente em que ordem serão exibidos. Quando eles se repetem após o refresh é porque ele está de sacanagem.
Silvio Santos pode contar até o infinito Sua fortuna, porem, continua incauculável.
O sistema antifurto da fortuna de Silvio Santos é baseada totalmente na equação "Infinito Qualquer Valor = Infinito".
Dizem que, se você repetir "Silvio Santos" três vezes diante do espelho, um aviãozinho feito com uma nota de R$100 voará pra dentro de sua casa.
No dia em que nasceu, imediatamente após sair do útero de sua mãe, Silvio Santos entregou uma nota de 100 reais a ela e agradeceu. Em seguida disse: " Sai pra lá! Sai pra lá!" gentilmente empurrandoa em direção à saída.
Silvio Santos compra cada vez menos coisas. De fato, existem cada vez menos coisas que não pertencem a ele.
Israel só não dominou os territórios palestinos pois Silvio Santos se recusa a financiar guerras. Ele prefere fazer uma versão Israel x Palestina do programa Family Feud.
O número telefônico da casa de Silvio Santos é 2. O nº 1 pertenceu à Graham-Bell, inventor do objeto em questão.
Silvio Santos teve que abandonar sua carreira de jogador de futebol porque no início dos jogos a moeda que o juíz jogava para o alto sempre caía em seu bolso.
Seu Barriga deve 11 meses de aluguel para Silvio Santos.
O penteado de Silvio Santos foi projetado por Oscar Niemeyer.
O extrato bancario de silvio santos daria 5 vezes a volta ao redor do globo terrestre, sobrando ainda uma ponta pra fazer a rabiola.
Para rebater os boatos de que ele é careca, Sílvio Santos arrancou um pedaço de seu couro cabeludo para testes. Esse pedaço ganhou vida e se chama Tony Ramos.
Alex Genaro
Ilustrador - Quadrinista
Site: www.universogerminante.net
Aqui vai uma dica interessante: o blog Desabafo de mãe. A autora é a Ceila, uma jornalista free-lancer, mãe de primeira viagem, que entrou em contato comigo para pedir uma entrevista sobre a série infantil Mundo Dragão. Entrei no blog e achei o maior barato. Indico, especialmente para as mães (e pais) de primeira viagem.

terça-feira, maio 09, 2006

SINDICATO DOS FUNCIONÁRIOS DAS FACULDADES PARTICULARES REALIZA ASSEMBLÉIA

O SINTESP (Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Superior Privado do Amapá) realiza no próximo dia 13, sábado, no Auditório da FECOMÉRCIO – Eliézer Lévy, 1122, às 14 horas, uma assembléia geral com seus filiados.
Entre outras pautas, a assembléia discutirá a ocupação de cargos vagos no sindicato, que passa por uma reformulação a partir da saída de alguns de seus diretores, que deixaram cargos vagos.
Além disso, a assembléia discutirá o novo estatuto do sindicato, reformulado de acordo com as necessidades atuais da instituição.
O SINTESP foi criado com o objetivo de representar os profissionais do ensino superior privado do Estado, que até então não tinham qualquer tipo de organização, inclusive com a contribuição sindical sendo enviada para instituições de outros estados.
Na ocasião da Assembléia estarão sendo feitas filiações (mas apenas profissionais filiados a mais de três meses poderão votar) e sendo vendidas camisas do sindicato.

segunda-feira, maio 08, 2006

Neonazismo em Santa Catarina

Recebi do Paulo Zab, do blog O Contador de Histórias:

Por R. Oliveira 05/05/2006 às 20:46
Estudantes neo-nazistas estampam suásticas e fazem saudaões a Hitler em encontro de estudantes de história em Joinville
Estudantes gaúchos que participaram do VIII Encontro Regional de Estudantes de História (VIII EREH Sul), nos dias 21, 22 e 23 de abril, em Joinville, Santa Catarina, denunciam que, nesse encontro, no qual se reuniam mais de 100 estudantes do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, desde o seu início foi percebida a presença de estudantes neonazistas, um deles com uma suástica tatuada no peito e utilizando cadarços brancos nas botas. Esses estudantes se declararam seguidores do nazismo, o que causou grande desconforto entre os participantes do encontro, em especial por causa das provocaões, como as saudaões nazistas com o braço levantado (Heil Hitler). Em funão da presença desses neonazistas no encontro, os participantes do mesmo redigiram uma proposta de resoluão para ser votada na plenária final. Para surpresa geral, uma parte significativa dos participantes defendeu a presença dos estudantes neonazistas. Para o editor de Videversus isto não é nenhuma novidade. Em muitas universidades de Santa Catarina estes grupos nazistas estão em plena atividade. Em Joinville, os estudantes da Univille, organizadores do encontro, foram coniventes com a presença desses neonazistas e os defenderam durante a plenária final do encontro. A denúncia é assinada pelos estudantes gaúchos Anelice Bernardes, Daiane Marçal, Paulo Guadagnin e Tiago Maciel. É conveniente que a Polícia Federal passe a proteger estes estudantes e que abra uma investigaão em profundidade sobre a atuaão de grupos nazistas em universidades catarinenses. Devem ser investigados também grupos nazistas compostos de professores em algumas das instituiões educacionais catarinenses de terceiro grau. O Brasil vai ficar estarrecido quando for concluída a investigaão. Os estudantes gaúchos que fizeram a denúncia sobre a complacência da Univille com o neonazismo dizem que tornaram tudo público para evitar que ocorra qualquer tentativa de presença dos neonazista s no Encontro Gaúcho de Estudantes de História, que acontecerá no dias 21, 22 e 23 de julho, no campus do vale da Ufrgs, e que terá como tema a abertura dos arquivos da ditadura, para que não se esqueça, para que nunca mais aconteça. Esses estudantes gaúchos são muito valorosos. Eles dão esperança de que as coisas não estão perdidas no Brasil. Mas a Polícia Federal precisa se mexer. O sistema educacional catarinense, em algumas regiões, está minado pelo nazismo.

domingo, maio 07, 2006

Está disponível mais um capítulo da série Os Anjos. Para ler, clique aqui.

Brinquedos


Tudo começou em uma plácida noite de primavera. O vento fresco entrava pela janela entreaberta e fazia a cortina tremular. Igor foi acordado pelo roçar de pelúcia em seu rosto e pelo sibilo de uma víbora.
- Vamos, acorde, seu idiota. – disse uma voz baixa, mas decidida.
Igor abriu os olhos a tempo de ver a cobra articulada e colorida sussurrar:
- Talvess... devesssemosss... matá-lo assssim, dormindo...
À sua frente estava um boneco de pirata, apontando uma espada para ele.
- Não. – retrucou o Pirata. Já está acordando. Quero que saiba o que vamos fazer com ele.
- Vamos cortá-lo em pedaços e devorar seus olhos. – disse uma voz cavernosa. Igor virou a cabeça e viu seu ursinho de pelúcia. Havia garras em suas mãos e seus olhos estavam vermelhos.
- Se começássemos a tortura-lo agora, quanto tempo acha que ele sobreviveria? – perguntou um soldadinho de chumbo, subindo no nariz do garoto.
- Algumasss horasss... – assegurou a cobra.
Eles ficaram lá, discutindo o que fariam o que ele. Lá estavam os dinossauros de plástico, experimentando seus de dentes de metal, antevendo o prazer da carne humana. Lá estavam os brinquedos de encaixe, desmontando-se e montando-se continuamente, em inquieta ansiedade.
Era como se a vida houvesse milagrosamente aflorado em seus corpos de plástico, tecido e borracha.
Uma única palavra aflorou dos lábios do menino:
- Mamãe!
Ele correu para fora de seu quarto, ouvindo atrás de si o riso de escárnio dos brinquedos.
- Mamãe! Mamãe! Os brinquedos querem me matar!
A mãe foi compreensiva com ele. Explicou que os brinquedos não se mexem, não têm vida, e, portanto, não podem matar ninguém. Ela o levou até seu quarto e fez com que tocasse no brinquedos.
- Vê? São só brinquedos. Não se mexem. Não podem fazer nenhum mal a você...
Ainda assim, Igor só se acalmou quando foi para a cama dos pais. Não dormiu. Passou a noite inteira com olhos abertos, olhando para a fresta da porta, temendo que algum brinquedo passasse por ela.
No dia seguinte não brincou. Nem mesmo chegou perto de qualquer brinquedo. Não tocou nem mesmo no boneco do Wood, que adorava.
Na noite seguinte, a mãe o convenceu a dormir novamente em seu quarto. Ele passou um longo tempo acordado, vigiando os brinquedos, mas não conseguiu evitar o sono. Acordou com uma cutucada no nariz. Era o pirata, espetando-o com a espada.
- Ei, pirralho, viemos para cumprir nossa promessa. E então, pessoal? Que parte do corpo iremos cortar primeiro?
Igor reagir da maneira que já se esperava: correu para o quarto da mãe.
Os brinquedos não tentaram impedi-lo. Nem mesmo riram dele. Sobre a cama dos pais não havia ninguém, apenas uma caixa estranhamente familiar. Igor se aproximou lentamente, e levantou a tampa.
Saltou de lá um palhaço com dentes à mostra.
- Pobre menino, está tão sozinho... não tem a mamãe para fazer-lhe um carinho! – recitou o palhaço, como se cantasse uma canção de ninar. Lembra-se de mim? Você me esqueceu no porão, lembra-se? Sabe o que é passar meses em um local escuro, completamente sozinho? Sem ninguém para conversar?
O garoto gritou, a plenos pulmões:
- Papai! Mamãe!
Mas ninguém respondeu.
Igor começou a abrir e fechar as portas do armário. Em um deles encontrou seus pais. Por um instante achou que era tudo uma brincadeira, que eles iam sair de lá rindo e brincando com ele. Mas não foi isso que aconteceu. Seu pai caiu de frente, as costas tomadas de pequenas facadas. A mãe não caiu. Seu pescoço estava preso a uma corda, amarrada ao teto do armário. Sobre a cama, o palhaço ria e se balançava de um lado para o outro com pequenos saltos das molas.
Igor saiu correndo para a sala. Entrou na estante e ficou lá, no escuro, tremendo e suando, enquanto ouvia os brinquedos procurando-o:
- Nós o encontraremos, seu pirralho! Nós o encontraremos... e então vamos decidir... que parte de seu corpo cortaremos primeiro!

sábado, maio 06, 2006


Esta é mais uma das histórias que vão compor o álbum sobre teorias da conspiração brasileiras. Não dava para não falar do tesoureiro de Collor, não é mesmo? O roteiro é meu e o desenho é de Antonio Eder.

quinta-feira, maio 04, 2006

Os Especiais de Tarzan

Por Marcelo Naranjo
Tarzan, o Rei dos Macacos, personagem de sucesso perene no imaginário popular, teve na Editora Ebal um de seus principais lares, participando com destaque de lançamentos em quadrinhos nas bancas brasileiras. Leia mais

Uma das coisas legais na série Anos Incríveis (além das ótimas interpretações e da trilha sonora memorável) são os textos de abertura e finais de cada episódio. Um dos meus capítulo prediletos é o 43, Filhinha do Papai, que fala da relação pai-filha. Abaixo os textos desse episódio.

Texto de abertura:
Assim que um pai bate os olhos na filha, ela se transforma para sempre na filhinha do papai. Ele é o eterno herói dela. O que lhe dá presentes. Satisfaz seus desejos. Um cavaleiro reluzente. Em troca, ela lhe dá um amor e respeito que é especial entre pais e filhas.

Texto final:
No aniversário de minha irmã aconteceram muitas coisas. Mais do que ela imaginava. Porque naquela noite, quando meu pai deixou Karen sair, ele a libertou. Talvez precise ser assim. Os filhos partem. Os pais ficam. Mas há coisas mais profundas do que tempo e distância... e seu pai vai ser sempre seu pai. E ele vai sempre deixar uma luz acesa para você.

quarta-feira, maio 03, 2006

Este blog se associa à campanha iniciada pelo blog Kibeloco (http://www.kibeloco.blogspot.com/) que prega o apoio à greve de fome de Garotinho e exige que ela vá até o fim.

Do blog da Alcinea Cavalcante

O presidente do Sindicato dos Jornalistas do Amapá, Volney Oliveira, foi surpreendido ao chegar ao trabalho, com um aviso de demissão por justa causa da direção da Rede Amazônica de Rádio e Televisão – TV Amapá, onde trabalha há cinco anos. A empresa justificou que o motivo da demissão foi a falta do profissional ao serviço nos dias 23 e 24 de abril.
Volney informa que a falta ao serviço ocorreu, mas não sem justificativa. Ele informou a seus superiores na empresa que viajou a Belém para tratar de questões sindicais e perdeu o vôo de volta. Para Volney, este é mais um ato de perseguição que sofre em função de sua atividade sindical.
O presidente da FENAJ, Sérgio Murillo de Andrade, considerou a demissão uma atitude arbitrária. “É uma violência contra o movimento sindical dos jornalistas e contra a organização dos trabalhadores”. Ele informou que a FENAJ colocará sua assessoria jurídica à disposição de Volney. Sérgio Murillo solicita que os Sindicatos de Jornalistas de todo o país enviem à direção da empresa (aptv@redeamazonica.com.br), manifestações pela imediata reintegração do presidente do Sindicato dos Jornalistas do Amapá. Leia mais
Recebi e estou repassando:

NOTA DE REPÚDIO

A diretoria do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Amapá - Sindjor/AP - repudia a atitude arbitrária e antidemocrática da direção da Rede Amazônica de Rádio e Televisão - TV Amapá - que demitiu nesta terça-feira, o jornalista Volney Oliveira, presidente da entidade sindical.
A medida tomada pela direção da emissora trata-se de uma retaliação em função da atividade sindical exercida pelo presidente. O ato é grave, e demonstra a intolerância e a incapacidade de convivência harmoniosa da empresa com a entidade sindical, combativa e, efetivamente, representativa da categoria.
A decisão fere direitos e atenta contra a livre organização sindical dos trabalhadores.

A direção.

terça-feira, maio 02, 2006

Em Macapá os órgãos do Estado parece estar desarticulados... como resultado virou moda a seguinte situação: a Secretaria de Obras vem na frente asfaltando e a Caesa vem atrás, quebrando. Ruas como a Felipe Camarão (no Buritizal), Claudomiro de Moraes (Congós) e Jovino Dinoá (Trem) são exemplos disso. A Jovino, inclusive, estava um tapete, bonito de se ver o asfalto. Com essa moda de quebrar tudo, ficou quase impossível vir do Centro para bairros como o Congós e Buritizal. Você anda um pouco e depara com uma rua fechada. Dá um volta imensa e topa com outra rua fechada. Dá outra volta e se depara com outra rua, também fechada. Vale aquele adágio popular: muito ajuda quem não atrapalha.

segunda-feira, maio 01, 2006

Governador do Maranhão fará Palestra no Amapá

O Governador do Maranhão, José Reinaldo Tavares(PSB) estará nesta quarta-feira, dia 03, no Amapá, onde irá proferir a palestra “ Política e Pobreza no Maranhão”.

O estado do Maranhão apesar de ser um dos mais bonitos do Brasil em seus aspectos naturais, de estar integrado por via rodoviária com duas regiões do Brasil, nordeste e norte, de ter um solo rico e algumas das mais belas praias do Brasil, também é dos mais pobres do país.
Seus indicadores sociais são os piores do Brasil. O IDH – Índice de Desenvolvimento Humano da maioria dos municípios daquele estado são dos mais baixos do país.
O governador palestra sobre o que levou seu estado a índices tão condenáveis, tendo um ambiente favorável para um crescimento sustentável e que garantisse melhor qualidade de vida à sua população.

A pobreza do Maranhão é resultado de anos projetos de desenvolvimento equivocados, de corrupção, de domínio de oligarquias, entre outras mazelas políticas.


No Amapá José Reinaldo Tavares será recepcionado pelo ex-governador João Capiberibe, do PSB do Amapá.

Informações sobre a Realização da palestra
Local – Lions Clube Macapá Centro – Rua Leopoldo Machado esquina com Avenida Ernestino Borges.
Data – 03.05.2006.(Quarta-feira)
Hora – 17:00

Meu filho resolveu escrever um livro sobre o sentido da vida. Leiam o resultado:

UMA JORNADA PARA DESCOBRIR O SENTIDO DA VIDA

INTRODUÇÃO

Em primeiro lugar eu tenho que admitir que esta pesquisa é meio volúvel, mas ... vamos ao ponto.
Fazer este livro foi como escalar o monte Everest, e só conseguir chegar ao topo quando eu o terminei, tive varias fontes de pesquisa, aproveitei bastante momentos em que eu estive isolado de todo mundo pra pensar no assunto, enfim foi uma pesquisa muito divertida fazer este livro, e espero que vocês se divirtam também com essa divertida busca, então, ai vamos nos.

Capitulo um
Ponto de partida

Meu ponto de partida foi justamente a matéria que é especialista em perguntas dos mais variados tipos. A filosofia.
Pesquisei qual era a filosofia trabalhada por cada filosofo, até que finalmente encontrei Epicuro.
E pesquisei qual a filosofia trabalhada por ele, quando soube que ela se tratava do sentido da vida, fiquei muito empolgado, mas não encontrei uma resposta convincente (pelo menos para mim).
Lá dizia que o sentido da vida é o prazer, isso mesmo, ele achava que nós estamos aqui para sentir prazer. Assim que eu li aquilo, duvidei, pensei, como Deus teria nos criado pra isso.
Então pesquisei outros filósofos, mais não encontrei, também assisti um filme chamado O Sentido da Vida, ele só respondeu que nos estamos aqui para fazer bem para os outros .
Ele me ajudou um pouco, mas não a ponto de me dizer uma reposta convincente para mim.
Nessa época eu acreditava que nos estamos aqui para sabermos que Deus existe.
Mas logo larguei esta teoria, por que assim que me tornei espírita, vi que temos vários graus de evolução espiritual (tem o grau 1 : primitivos, o 2, o 3 :regeneração, o 4 e o 5 grau : o celestiais). Então pensei, se o sentido da vida fosse esse, Deus teria criado apenas um grau de evolução espiritual.
Nesse tempo eu não tinha nem uma resposta pro assunto.

Capitulo dois
No meio da pesquisa

Foi essa a época em que eu aproveitei cada momento livre de todo mundo para pensar no assunto, também foi nessa época que eu repensei os assuntos que pesquisei antes, mas não cheguei a uma solução, mas mesmo assim a repensada foi bem divertida.
As minhas fontes de pesquisa dessa época foram apenas o meu próprio pensamento e o livro dos espíritos, o livro dos espíritos me ajudou a largar a teoria que eu citei no capitulo anterior.
E então pesquisando, pesquisando e pesquisando. Mas não consegui achar nem uma resposta.
Então eu tinha duas opções. Ou aceitar de Epicuro ou procurar uma resposta nos meus pensamentos.

Capitulo três
A conclusão

Se você acha que eu aceitei a resposta de Epicuro, pode ir tirando o espeto da mula, pois saiba que eu escolhi o meu pensamento como fonte de pesquisa, eu pensei, se eu aceitar a resposta de Epicuro, fazer este livro ficaria simples demais.
Eu pensei muito bem antes de achar a resposta.
Mas como eu gosto de fazer suspense, bem claro que esse suspense nem se compara com o suspense que J K Rowling fez quando escreveu Harry Potter e a Ordem da Fênix ou a famosa pergunta da época da novela celebridade: quem matou Lineu?
Pessoal, acho que já fiz suspense demais, tenho que revelar que para mim nos estamos aqui porque Deus estava muito solitário antes da existência dos seres vivos, então, essa é a minha resposta, ah e outra coisa, se você que esta lendo este livro tem aulas de filosofia, aposto que o que eu falei sobre a filosofia de Epicuro vai lhe ajudar.

Sobre o Autor

Como deu pra perceber no texto sou um cara bem humorado, me chamo Alexandre Magno Andrade, moro em Macapá e tenho 11 anos.
Uma outra coisa que eu acho que deu pra reparar no texto. Que eu sou apaixonado por filosofia, ou pelo menos era. Mas vou explicar desde o inicio. Eu tive varias fases na minha vida.
A primeira fase foi a de bandeiras, você podia me apontar qualquer bandeira, que eu dizia de que pais é essa bandeira. Minha segunda fase da minha vida foi a de pedras preciosas, graças a uma coleção de revista recreio chamada rock animal, eu sabia o nome de qualquer pedra como ametista, rubelita, topázio...
A terceira e mais longa fase da minha vida foi de ciência espacial, nessa época eu sabia tudo que você podia imaginar sobre o assunto, como a nave aterrissou na Lua foi Apolo 11, que Júpiter é o maior planeta do sistema solar, que todos os outros planetas tem nomes de deuses menos a Terra, e muitas outras coisas sobre o assunto. A minha penúltima fase da minha vida foi a mais curta, que é sobre filosofia, sabia o nome de muitos filósofos como Sócrates, Descartes e Hume, e também quais eram as suas filosofias, e o significado das suas frases como, o significado da frase de Sócrates, tudo que sei é que nada sei, ele dizia, isto é, no sentido de que o homem busca saber porque não sabe.
A minha ultima e atual fase é a de ranking, são diversos rankings como as 10 pessoas mais ricas, os 10 maiores iates, os 10 prédios mis altos etc, tudo isso grassas a uma coleção de ranking chamada almanaque top 10. São fascículo (megaconstruções, cinema e tv, mundo animal, supermáquinas, catástrofes, esportes, arte e musica e finalmente curiosidades).
Agora eu vou falar um pouco sobre as coisas que eu gosto, para ser meu (minha) amigo (a) que saber bem humorado (a) e eu odeio gente agressiva.
Eu tenho 11 anos faço a 5 serie. Pois é pessoal, o papo ta bom mas eu tenho que me despedir, adeus.

Projetos que naufragaram

Eu vivo me metendo em barcas furadas. Dia desses fiz as contas de quantas páginas de roteiro já fiz e nunca foram aproveitadas. São mais de mil páginas de projetos naufragados. Um deles foi o SEGREDOS DO AMAPÁ. Era para ser um programa de documentários sobre aspectos da cultura local, uma espécie de Globo Repórter tucuju. A diretora me chamou, mostrou algumas imagens e entrevistas que haviam sido feitas meio que por acaso (o cinegrafista tinha ido cobrir outro assunto e resolveu entrevistar uma mulher que fazia o tucupi) e pediu que eu fizesse um roteiro aproveitando esse material para o primeiro programa, que seria sobre o tucupi. Depois do roteiro pronto, a diretora fez as contas e descobriu que o programa era financeiramente inviável. Como eu havia embarcado nessa pela amizade, ficou pela amizade. Esse material nunca foi publicado e também nunca recebi por ele. Coloco abaixo o roteiro do primeiro bloco do programa.



SEGREDOS DO AMAPÁ
PROGRAMA 1
TUCUPI, O SABOR DA FLORESTA
ROTEIRO DE IVAN CARLO ANDRADE DE OLIVEIRA

Texto de abertura:
Tucupi. Seja no pato, no tacacá ou simplesmente na pimenta...

Não há quem resista a esse líquido amarelo retirado da mandioca de sabor
adocicado e selvagem.

Mas o tucupi tem seus segredos.

Como usar o tipiti? Como fazer o pato no tucupi? Por que quem vem de fora não consegue esquecer o tacacá?

Tucupi, o sabor da floresta. Este é o tema de hoje do Segredos do Amapá.

Cena 1 – apresentadora anda pelo cenário, fala, enquanto aparece imagem no tucupi no croma.

Apresentadora: Mandioca. Sem ela a maioria dos pratos amazônicos não seria possível. Sem ela, talvez a fome se espalhasse pela região. A mandioca faz parte do dia-a-dia dos amapaenses. Seja na pimenta, na farinha, no tacacá, no biju, na maniçoba, os amapaenses a consomem sempre.

Cena 2
Imagens das ilustrações que fará as imagens. Dou algumas sugestões de como animá-las, mostrando closes de personagens intercalados com a ilustração geral. Mas fique à vontade para utilizar outros cortes.

Take 1 – Imagem de Saíra andando pela floresta. Geral.
Off: Conta a lenda que o cacique Cauré tinha uma filha de nome Saíra.

Take 2 – Plano detalhe dos passarinhos.
Off: Era tão bonita que os passarinhos a reverenciavam, vindo cantar à porta da oca quando ela acordava.

Take 3 – Plano detalhe das flores.
OFF:As flores, inebriadas com seu encanto, curvavam-se quando ela passava.

Take 3 – Plano médio de Saíra grávida.
OFF: Mas Saíra ficou grávida. Como se recusasse a dizer quem era o pai, o cacique a expulsou da tribo.

Take 4 – Geral do desenho do cacique expulsando a filha da tribo.
OFF: Ela deveria viver na floresta até que nascesse o fruto de seu ventre, que deveria ser morto.

Take 5 – Plano geral da ilustração de Mani nascendo.
OFF: Mas, quando nasceu uma menina de pele branca, olhos claros e cabelos da cor do milho, o cacique Cuaré se condoeu.

Take 6 – Plano detalhe da ilustração de Mani nascendo.
OFF : Deu a ela o nome de Mani e a levou para a tribo.

Take 7 – Close do cacique olhando para a menina.
OFF: Passava os dias a contemplá-la, inebriado com sua beleza.

Take 8 – Geral da ilustração de mani brincando e o cacique olhando.
Off: A indiazinha era pura formosura e todos da tribo se desmanchavam em dengos para com ela.

Take 9 – Close de Mani. BG: Música de suspense.
OFF: Mas Mani morreu. Inconsolável, o avô se recusou a cremá-la e a enterrou na frente da oca.

Take 10 – O cacique retirando a mandioca.
OFF: Naquele lugar nasceu uma planta repleta de folhas. Mas a planta morreu. Cauré, curioso, teve a idéia de arrancá-la. Aos pés da planta havia nascido uma raiz. Era a mandioca.

Cena 4 – Voltamos para a apresentadora.
Apresentadora: A mandioca passou a fazer parte de quase todos os pratos da culinária amapaense.
Apresentadora: Ralada e espremida no tipiti, ela nos dá o delicioso tucupi, segredo de pratos como o tacacá, o camarão no bafo e o pato no tucupi.

Cena 5 – Nesta cena teremos as imagens e os depoimentos de Dona Olívia.

Take 1 – Dona Olívia colocando a mandioca para ser ralada.
OFF: Dona Olívia conhece bem os segredos do tucupi.

Take 2 – geral do local em que Dona dona Olívia.
OFF: Moradora de São Francisco de Casa Grande, uma localidade a 14 quilômetros de Macapá, ela dedica sua vida à lida com a mandioca.

Take 3
Sonora da Dona Olívia falando que o pai ensinou e ela não aprendeu, mas a cunhada sim.

Take 4 – Temos alguma imagem de dona Olívia colhendo a mandioca? Se tivermos, entra aqui.
OFF: Quando chega a época de colher a mandioca, de janeiro a maio, é tempo de fazer o tucupi.

Take 5 – Dona Olívia preparando a mandioca para ser ralada.
OFF: A mandioca é descascada e lavada.

Take 6 – Dona Olívia ralando a mandioca.
OFF: O próximo passo é ralar num enorme ralador de madeira e metal. Houve tempo, quando a tecnologia ainda não havia chegado ao interior, em que se usava a língua do pirarucu para fazer esse serviço.

Take 7 – Dona Olívia colocando a massa no tipiti.
OFF: Depois de terminada essa fase, é hora de encher o tipiti com a massa de mandioca.

OFF: Quem vem de fora e vê esse instrumento feito de miriti não acredita que ele é capaz de compactar retirar todo o sumo da mandioca a ponto de deixar a massa completamente seca.

Take 8 – Dona Olívia colocando o peso no tipiti.
OFF: Basta que dona Olívia coloque um peso na base do tipiti para que saia dali um sumo amarelado e cheiroso.

Take 9 – Volta para a apresentadora. (se não, pode-se continuar mostrando imagem do tucupi sendo extraído do tipiti).
APRESENTADORA: O tipipi sintetiza a criatividade e engenhosidade do índio e do caboclo, que, usando o que a natureza lhe dava, soube inventar maneiras de tornar mais fácil a vida.

Take 10 – Dona Olívia recolhendo o tucupi.

OFF: No final, resta apenas uma massa seca, que, torrada, formará a farinha.

OFF: ,O tucupi vai para a panela.

Sonora da dona Olívia: O tucupi, nós deixa ele senta. Chega em casa, nós ferve...
Take 11 – Imagens da farinha e do tucupi.
OFF: Da folha da mandioca, faz-se a maniçoba. O sumo, espremido, forma o tucupi. E a massa, forma a farinha, base da alimentação regional.

Cena 6 – Volta para a apresentadora.

APRESENTADORA:

A sabedoria dos índios nos ensinou que da mandioca tudo se aproveita ... e que a vida pode ser muito mais gostosa, gostosa como um pato no tucupi...

No próximo bloco: Saiba como se faz o pato no tucupi.
Assistimos Depravação, um desconhecido triller erótico, nos Moldes de Instinto Selvagem e 8 mm. Minha esposa é especialmente fã do gênero policial e se especializou em descobrir quem é o assassino, mas no caso desse filme, descobrimos quem era o assassino na primeira cena em que ele (na verdade ela) aparece. É uma história meio enrolada de um casal com fantasias sexuais que simula várias situações, inclusive um assalto com estupro. Em uma dessas, a mulher leva para a cama o médico com qual trabalhava, mas o marido não aceita bem a situação e dois dois acabam brigando. Ele bebe todas e, quando acorda no dia seguinte, descobre que a mulher está morta. É quando surge uma policial, que percebemos logo ser a esposa do médico e assassina. Estou tentando colocar em ordem uma trama que, na tela, é quase incompreensível. O roteiro tem mais furos que uma peneira, os atores são péssimos (exceto a namorada latina, que consegue interpretar bem o papel de mulher sensual), a direção é horrível. Para se ter uma idéia do nível, no final o homem resolve tudo jogando um cano na policial! Não há suspense, as cenas dramáticas são risíveis. Minha mulher foi até o fim. Eu revesei: assistia nos intervalos do Além da Imaginação (que por sinal estava também bem fraquinho).